31 maio 2006

CUT apóia paralisações de servidores estaduais de SP

A CUT Nacional defende que o Governo do Estado de São Paulo abra negociações com os trabalhadores da Saúde e da Sabesp. As paralisações iniciadas hoje por essas duas categorias representam a única alternativa diante da já tradicional recusa do governo paulista em receber representantes dos trabalhadores e procurar soluções de consenso para responder às justas reivindicações.

Essa inflexibilidade por parte do Executivo estadual vem se repetindo há anos. A seqüência dos fatos é sempre a mesma. Os trabalhadores anunciam o início de suas campanhas salariais, divulgam a pauta de reivindicações e solicitam audiências de negociação. A resposta do governo é, quase sempre, o silêncio. Diante da persistência dos trabalhadores e seus sindicatos, que recorrem a mobilizações pacíficas e criativas, vez ou outra o governo destaca assessores para receber as comissões representativas. Assessores que, independentemente de sua predisposição ao diálogo, pouco ou nada podem decidir.

A postura do governo gera um impasse e força as categorias à greve. É preciso que a população entenda que esses trabalhadores públicos, que ao longo dos anos se esforçam para superar as péssimas condições de trabalho e a falta de equipamentos e materiais, teriam preferido não recorrer à greve. Tomar tal decisão é sempre muito doloroso, pois essas categorias lutam pela defesa e o aprimoramento do serviço público e pela melhoria do atendimento à sociedade.

Em lugar de continuar negando que tenha negociado recentemente com o crime organizado, contra todas as evidências trazidas pela imprensa, bem que o governo paulista poderia dialogar com seus trabalhadores. É uma questão de respeito à toda a sociedade e de cumprimento da promessa de estabelecer uma mesa de negociação permanente com o funcionalismo, feita há três anos.

A CUT, que no plano federal vêm sistematicamente apoiando as greves dos trabalhadores públicos e cobrando soluções de consenso por parte do governo, reafirma sua crença na negociação, e isso inclui a luta dos trabalhadores do INSS, que também iniciaram paralisação hoje.

João Felício, presidente nacional da CUT

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