17 março 2006

Secretário de Transportes de Serra se envolve em nova denúncia

Durou quase seis horas e foi pouco esclarecedor o depoimento do secretário dos Transportes da Prefeitura de São Paulo, Frederico Victor Moreira Bussinger, na sessão extraordinária de ontem da Câmara Municipal, convocada exclusivamente para ouvi-lo. O secretário frustrou os vereadores, que reclamaram do fato de ele não ter respondido o que está sendo feito para resolver os problemas que atingem o serviço de transporte da cidade.

Além disso, Bussinger foi atingido ontem por uma nova denúncia. Depois da revelação pela imprensa de que a Prefeitura havia contratado uma instituição fundada por ele para oferecer cursos de capacitação, durante a sessão foi divulgado que uma empresa de ônibus concessionária da prefeitura contratou o Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente) para fazer um estudo sobre um serviço de balsas no rio Tietê. O Idelt é presidido por Vera Bussinger, mulher do secretário. Bussinger essquivou-se alegando desconhecer a existência do contrato entre a viação Sambaiba e o Idelt.

O setor de transporte está em crise desde o ano passado e a situação se agravou na semana passada, quando os empresários ameaçaram romper os contratos assinados com a prefeitura para fornecer transporte público à população. E na madrugada do dia 8 de março motoristas e cobradores fizeram uma paralisação de duas horas para reclamar de salários atrasados.

O plenário cobrou explicações de Bussinger. O secretário, por sua vez, preferiu responsabilizar a administração passada pelas dificuldades existentes, mas os vereadores do PT lembraram que o prefeito José Serra (PSDB) tomou posse há pouco mais de um ano prometendo solucionar os problemas, só que nada foi feito.

"O secretário é um bagre ensaboado. Escorrega de lá para cá e não explica por que o serviço de transporte está piorando durante a administração do PSDB", afirmou o vereador Arselino Tatto, líder do PT, que fez vários questionamentos ao secretário. Também fizeram perguntas a ele os vereadores Antônio Donato, João Antônio e Paulo Fiorilo.

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