Matéria da Folha de S.Paulo, publicada na edição desta sexta-feira (17), revela que o advogado e professor Luiz Antonio Guerra, filiado ao PSDB, é o proprietário da casa onde se reuniam ex-assessores do ministro Antonio Palocci, em Brasília, para, supostamente, tratar de possíveis negócios com o governo. Guerra também é patrão do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que acusa Palocci de ter freqüentado a casa - o que o ministro nega.
Ao jornal, Guerra disse que não interferiu nas denúncias feitas pelo caseiro. Francenildo já havia procurado parlamentares do PSDB para "divulgar" as acusações e não há informação sobre quem está pagando seu advogado.
O tucano diz que o caseiro nunca lhe disse nada sobre o que acontecia na casa. Ele diz também que seu vínculo com o PSDB ocorreu por insistência de um aluno. Ele diz não ter participado de atividades partidárias ou tido ligações com políticos da sigla.
O advogado afirma que move uma ação indenizatória contra Poleto, responsável pelo aluguel da casa, por avaliar que sua imagem e a do imóvel estão prejudicados. Localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília, e descrita como "cinematográfica" em anúncio na internet, a casa está à venda por R$ 2,5 milhões e disponível para aluguel por R$ 15 mil mensais.
Antes de ser alugada por Poleto, a casa hospedava o escritório Guerra Advogados & Consultores Associados. Francenildo, que nessa época já era o caseiro, foi mantido por Poleto.
Hoje, mesmo com a casa desocupada, ele continua no emprego. Guerra atribui ao funcionário, por quem tem "grande apreço", a decisão de fazer as denúncias.
Mais tucanos
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) confirmou ontem, na CPI dos Bingos, que na última sexta fez contatos com a imprensa para que fosse divulgada entrevista com o caseiro.
Ele afirmou que partiu de Francenildo a iniciativa de procurar integrantes da CPI e que o caseiro esteve na última sexta em seu gabinete, acompanhado de um "conhecido", em encontro agendado por um amigo do senador.
Segundo ele, Francenildo decidiu falar por se sentir desprotegido após depoimento do motorista Francisco Chagas Costa, que o citou.
Desde então, está sendo acompanhado por Wlício Chaveiro Nascimento, advogado criminalista e trabalhista. Ele disse que foi contatado por um amigo do caseiro, mas que ainda não se falou em remuneração. Ele reconheceu que não espera receber de Francenildo, cujo salário é de R$ 700.
A primeira entrevista do caseiro foi divulgada na terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.
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