06 março 2006

Justiça condena Tucanagem na SUDAM


A Justiça Federal do Amazonas condenou, em processo civil, as empresas WTC Manaus, Servlease e Servplaza a devolverem aos cofres públicos federais mais de R$ 24 Mi, pela acusação de desvio de recursos de projeto aprovado pela extinta Sudam.

A sentença do juiz substituto Ricardo Augusto de Sales, da 4ª Vara Federal, saiu em fevereiro, mas se tornou pública no fim de semana. Na sentença, o juiz tornou indisponíveis os bens do sócio majoritário e controlador das empresas, Gilberto Bousquet Bomeny, como também do próprio patrimônio das empresas, sediadas em São Paulo.

Gilberto Bousquet Bomeny é também controlador da Interunion, que adquiriu em 1998 o famigerado Papa-Tudo Capitalização e a marca WTC.

Em 1996, ele apresentou o projeto de R$ 186,4 milhões à Sudam para construir o WTC de Manaus: um centro de convenções com hotel, restaurante e trânsito para o maior shopping da cidade.

A Sudam aprovou um financiamento de R$ 93,2 milhões. Entre 1997 a 98, liberou R$ 15,4 milhões para a obra. No canteiro de obras em Manaus, hoje só existem mato e as fundações, que estão deterioradas.

Em 2000, uma força-tarefa de procuradores da República concluiu que projeto WTC Manaus foi aprovado por influência política. Na quebra do sigilo bancário das empresas apareceu transferência de R$ 1,9 milhão para o empresário José Osmar Borges, ex-sócio do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), na época presidente do Senado, .

Na sentença, o juiz federal Ricardo Sales afirma que a análise da documentação que consta no processo verificou que as empresas desviaram "vultosos" recursos públicos da extinta Sudam. "Causando, com isso, grave prejuízo à nação e ao erário público", disse.

Segundo procuradores federais que participaram da força-tarefa, que resultou em mais de 300 empresas investigadas, esta é a segunda condenação com pedido de restituição contra acusados no caso SUDAM. Em 2002, a justiça mandou o ex-superintendente da autarquia, Artur Guedes Tourinho, devolver R$ 320 mil. O caso está em grau de recurso.

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