25 agosto 2006

Alencar diz que apoio a Lula é "vingança nacional"

O apoio do eleitorado à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é, para o vice-presidente José Alencar (PRB), uma forma de "vingança nacional" contra todas as tentativas de desmoralizá-lo, com as denúncias de corrupção.

"Há esse sentimento nacional de apoio ao Lula porque os brasileiros ficaram indignados com a forma como tentaram atingi-lo. Então, é uma espécie de vingança nacional a uma tentativa de impeachment dele, absolutamente despropositada. O povo enxerga, ausculta, vê, sente em silêncio", disse, em palestra na Fiec (Federação da Indústrias do Estado do Ceará).

Além do sentimento nacional de "vingança", há, para Alencar, um "sentimento suprapartidário" pró-Lula. Ele disse isso ao justificar a utilização da imagem do presidente pela campanha do tucano Lúcio Alcântara (PSDB), que tenta a reeleição no Estado.

"Há um sentimento nacional suprapartidário em relação à candidatura Lula. Porque os brasileiros desejam reelegê-lo. Mas, é claro, tudo dentro da legislação. Eu, particularmente, tenho um apreço muito grande pelo governador Lúcio Alcântara. Mas nós temos aqui uma coligação fechada aqui, formal, com Cid Gomes", falou em entrevista. Cid estava ao lado do vice-presidente.

Para o candidato do PSB, que é irmão do ex-ministro Ciro Gomes (PSB), a atitude da campanha tucana é oportunista, mas não o preocupa, pois o eleitor sabe quem é o único candidato apoiado pelo presidente ao governo do Ceará.

Como a Justiça Eleitoral proibiu qualquer uso da imagem de Lula pela campanha de Lúcio, a propaganda eleitoral parou de exibir os comerciais em que era reproduzida uma fala do presidente em que elogiava a "lealdade" do tucano.

Porém, hoje, o prefeito de um dos principais municípios do interior do Estado, Agenor Neto, de Iguatu, anunciou sua desfiliação do PSDB para lançar o primeiro comitê Lula-Lúcio no Ceará.

A iniciativa é a mesma usada há quatro anos, quando Lúcio venceu o petista José Airton Cirilo no segundo turno. Na ocasião, Ciro Gomes, que havia acabado de perder no primeiro turno e anunciara o apoio a Lula, encabeçou a chapa, apelidada de "Lu-Lu".

23 agosto 2006

Site do PT volta ao ar; partido vai pedir à PF que investigue invasão

O Partido dos Trabalhadores vai acionar a Polícia Federal – e seu departamento especializado em crimes na Internet – para que investigue a invasão do site do PT Nacional por um hacker, ocorrida na tarde desta quarta-feira (23).

O hacker entrou no banco de notícias do site por volta das 13h e substituiu todos os links relacionados a esta área (inclusive a página principal) por mensagens ofensivas ao partido e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição. No final da mensagem, o invasor assina: “Eu voto 45”.

Por este motivo, o site ficou fora do ar por aproximadamente 8 horas – tempo necessário para que a equipe de informática recuperasse os arquivos noticiosos e identificasse a “porta” por onde entrou o invasor.

Não foi possível recuperar os arquivos lançados na página entre ontem (22) e às 13h de hoje, mas as principais notícias desse período serão republicadas nas próximas horas.

Geraldo cai

Tucano pé de chumbo

Evolução dos candidatos em pesquisas do Instituto DataFolha - a mais recente delas, aplicada ontem e hoje junto a 6.279 eleitores em 272 municípios:

Lula - 46% - 44% - 47% - 49%
Alckmin - 29% - 28% - 24% - 25%
Heloisa - 6% - 10% - 12% - 11%
Cristovam - 1%.











Simulação de segundo turno
Lula - 51% - 50% - 54% - 55%
Alckmin - 40% - 40% - 37% - 36%

Avaliação do governo
ótimo/bom
- 38% - 45% - 52%
regular - 40% - 36% - 31%
ruim/péssimo - 21% - 18% - 16%

Mais irregularidades na Bahia: aponta CGU

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) detectou mais irregularidades na Bahia.

Auditores consideraram indevida a dispensa de licitação, pela Secretaria Estadual de Agricultura, na contratação de uma empresa, em 2002, para executar serviços topográficos em 34 projetos de assentamento do Incra, com recursos de R$ 965 mil repassados pelo governo federal.

Havia 16 empresas em condições de realizar o serviço. Por isso, a CGU considera que a Secretaria deveria ter promovido licitação pública.

Também na Bahia, os fiscais constataram falta de comprovação de despesas no valor de R$ 751 mil repassados a uma organização não governamental, em 2002, pela Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Esporte.

Site do PT invadido por hackers com ofensas a Lula

O site do PT foi invadido hoje por hackers.
Ao acessar o site deparamos com a estrela, marca do partido, em chamas e redirecionado para o endereço http://the-patronus.org/links/fuck_pt.html.

Há textos com ofensas a Lula e ao partido.
E também a frase "Eu voto 45".
O site do partido está com a mensagem de que está em manutenção.

Os hackers assim se identificam:










$cat bi0s.conf grep members
#member: OverKill_
#member: Evolui
#member: D3UX

Contact: bi0st@bsdmail.com or irc.gigachat.net /join #bi0s

22 agosto 2006

Lula recebe apoio de mais de 100 artistas no Rio de Janeiro

Lula discursa para a classe artística na casa do ministro Gilberto Gil, no Rio de Janeiro. Abaixo, fala da atriz Tássia Camargo durante o encontro; e o cantor Zeca Pagodinho com o presidente e a primeira-dama, dona Marisa Letícia. Fotos: Ichiro Guerra.

Mais de 100 artistas das mais diversas categorias manifestaram o seu apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro realizado na noite de segunda-feira (21) na casa do ministro da Cultura, Gilberto Gil, no Rio de Janeiro.

Apesar do clima foi informal, Gil ressoultou que não se tratou apenas de um encontro de amigos, mas de uma reunião de trabalho pela reeleição do presidente.

Boa parte do encontro foi dedicada ao debate sobre a política cultural do governo Lula, com os artistas manifestando o seu apoio à democratização da produção e do acesso à cultura.

“O Minc finalmente deixou de ser um ministério de burocratas para se tornar um ministério de artistas”, destacou o ator Sérgio Mamberti.

Já o teatrólogo Augusto Boal ressaltou a criação dos Pontos de Cultura, através do qual o governo distribui aparelhos multimídia para que comunidades registrem as suas atividades culturais. “O povo agora também é artista e pode fazer a sua própria arte”, afirmou.

A cantora Leci Brandão destacou o apoio do governo Lula à população negra, traduzida em ações como a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a regularização fundiária de comunidades quilombolas e o ProUni.

O ator Tônico Pereira, por sua vez, foi direto: “O povo está fechado com Lula. E eu fecho também”.

A cantora Alcione, a atriz Tássia Camargo, o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto e o cartunista Aroeira foram outros artistas que manifestaram o seu apoio tanto à política cultural do governo quanto à reeleição de Lula.

Na sua fala, Lula relembrou que o seu primeiro contato com a classe artística brasileira aconteceu em 1985, quando arregimentava apoios para a campanha das Diretas Já.

E destacou que, no seu governo, a cultura passou por um vigoroso processo de valorização, que incluiu desde a criação de programas específicos até o aumento do orçamento do Ministério da Cultura e a ampliação dos recursos liberados através das leis de incentivo fiscal.

Mas Lula falou principalmente sobre o processo de mudanças em curso no Brasil, viabilizado após muito trabalho.

“Quando assumi o governo, o Brasil parecia uma casa semi-abandonada. Sei que as pessoas estavam ansiosas por mudanças rápidas, mas não foi fácil arrumar uma casa onde o risco-país batia recordes, a inflação crescia e o orçamento era limitado por dívidas e restos a pagar de dívidas”.

Para Lula, o governo já fez o mais difícil e, devido à conquista da estabilidade econômica e da eficiência dos programas sociais em curso, o Brasil tem tudo para crescer "de forma excepcional" nos próximos quatro anos.

Rebatendo a crítica de que criou ministérios desnecessários, Lula desafiou a oposição a apontar quais seriam esses ministérios e, num dos momentos mais aplaudidos do encontro, afirmou:

“O Brasil tem uma diversidade enorme. Não dava para continuar misturando esporte e turismo num mesmo ministério. Não dava para não ter secretarias especiais de promoção da igualdade racial e dos direitos da mulher. O governo do Brasil tem que refletir a pluralidade do Brasil”.

No final, em um momento de grande emoção, Lula chamou Wagner Tiso para seu lado e agradeceu o apoio que o músico mineiro manifestou ao seu nome, durante uma entrevista para o jornal O Globo, no auge da crise política.

O encontro reuniu personaliddes de cinema, teatro, moda, televisão e música. Entre outros, Fernanda Abreu, Zeca Pagodinho, Marcos Winter, Sandra de Sá, Paulo Betti, Luiza Brunet, José de Abreu, Letícia Sabatella, Rosemary, Jorge Mautner, DJ Marlboro, Jards Macalé, Amir Haddad e Sérgio Machado.

Também marcaram presença a ex-ministra Benedita da Silva e os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).

Elogios
Na saída do encontro, vários dos convidados declararam apoio a Lula durante conversa com os jornalistas.

"Algumas coisas criaram dúvidas na gente. O que aparece são as coisas ruins, mas muitas coisas boas aconteceram e a esperança nasceu de novo", disse o cantor e compositor Geraldo Azevedo aos jornalistas.

Segundo a sambista Alcione, o presidente mostrou as coisas que está pronto para conquistar em um eventual segundo mandato. "Temos mais é que votar nele e é o povo brasileiro que vai elegê-lo. Lula é uma pessoa verdadeira e ninguém engana o povo."

O teatrólogo Augusto Boal foi um dos que mais se ateve à questão cultural. Ele disse ter sido inicialmente contra a escolha de Gilberto Gil, anfitrião do encontro, para o Ministério da Cultura, pois achava a função muito administrativa. Mas mudou de opinião.

"O melhor achado no terreno da cultura foi o convite para o Gilberto Gil ser o ministro. Sempre falávamos que o povo precisava ter acesso à cultura, mas é preciso também que o povo mostre sua cultura, e Gil fez isso com os Pontos de Cultura", disse, em uma referência aos centros culturais criados pelo ministro.

O produtor de cinema Luiz Carlos Barreto disse que a reunião foi acima de suas expectativas e que Gil prometeu ampliar a ação cultural do governo.

"Ele anunciou a criação do tíquete lazer e cultura, semelhante ao tíquete alimentação a ser distribuído pelas empresas com base na Lei Rouanet (que garante incentivos às empresas que patrocinam produções e eventos culturais)."

Segundo Boal, entre 40 e 50 mil pessoas vão receber o tíquete. "Isso é transcendental em termos de cultura, é uma idéia luminosa que abre caminho para a cultura ser uma indústria auto sustentável.

A atriz Letícia Sabatella apontou o encontro como a melhor oportunidade para colher informação confiável. "Pela campanha em si, é mais difícil", disse. "Todos nós passamos por um momento difícil, mas entendemos que esse é o começo de um processo político", avaliou a atriz.

Já Wagner Tiso defendeu intransigentemente o governo e falou sobre a necessidade de uma reforma política.

"Ele (Lula) tem que costurar apoios e colocar a ideologia dele", afirmou, acrescentando continuar eufórico com o governo Lula. "Lutei muitos anos pela maturidade do PT. Estou indignado com os indignados."

O cantor Zeca Pagodinho fez uma das defesas mais enfáticas de Lula. "Ele encontrou o bagulho entupido. Para desentupir leva tempo", afirmou.

20 agosto 2006

Chute no pau da barraca

Geraldo Alckmin, ignorou a crise de sua campanha e afirmou ontem que vai manter seu estilo. "Vou manter o estilo paz, amor e trabalho, que é o que está faltando aí", afirmou ao desembarcar em Teresina (PI), no final da manhã. "Não vou fazer uma campanha errática. Não vou fazer campanha baseada em pesquisa. Vou fazer campanha falando do Brasil, mostrando que o Brasil pode avançar mais", avisou.

Alckmin evitou os problemas internos de sua campanha e esquivou-se de tecer comentários sobre as declarações do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que um dia elevou a temperatura da crise ao cobrar do candidato mais críticas ao principal adversário, o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

Na chegada a Teresina, Alckmin também minimizou o fato de as campanhas do PSDB em pelo menos seis Estados (SP, MG, PE, CE, RS e PR) não fazerem referências à sua candidatura. "Não tem problema nenhum. A campanha estadual é uma coisa, a federal é outra", insistiu.

Apesar do discurso do tucano, os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do PFL, Jorge Bornhausen (SC), já determinaram aos comandos estaduais das siglas que incluam o nome do presidenciável tucano nos programas eleitorais gratuitos dos Estados a partir da semana que vem.

"O Bornhausen já mandou colar o nome dos deputados ao do Alckmin", confirmou o senador José Jorge (PFL-PE), vice de Alckmin. "Na semana que vem a vinheta (com o nome de Alckmin) vai estar nos programas estaduais", acrescentou José Jorge, que junto com o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) recepcionou Alckmin no aeroporto de Teresina ontem. Do PSDB, apenas o candidato a governador do Piauí, Firmino Filho, estava presente no momento que o presidenciável tucano desembarcou no Estado.

Sobre as declarações de ACM, Heráclito afirmou que a crítica pode ser "pedagógica". José Jorge, por sua vez, disse que a campanha terá várias fases. A atual é de apresentar o candidato, segundo ele. "A segunda etapa é uma mistura de propostas e críticas", explicou, acrescentando que o discurso mais aguerrido terá de aparecer. "Como pode a oposição não ter críticas?"

Transparência opaca

O diretório paulista do PT conseguiu nesta nesta sexta-feira uma liminar no TRE-SP contra campanha da associação Transparência Brasil.

A campanha, publicada no site da entidade na internet, "exorta o eleitor a não votar em mensaleiros, sanguessugas e implicados em outros escândalos, sem que o devido processo legal tenha transitado em julgado".

Segundo o manifesto "Não Vote em Mensaleiro", que não menciona partidos, deputados indiciados criminalmente tentam a reeleição para conseguir foro especial.

Para o PT a campanha é ofensiva e a Transparência Brasil "se excedeu". Segundo o pedido, assinado pelo presidente do PT-SP, Paulo Frateschi, a campanha "acaba por tisnar a honra e a moral de seus candidatos".

Para o presidente, a situação "inverte o princípio da presunção de inocência" pois, na lógica da campanha, "ter sobre si qualquer suspeita já significa ser culpado".

A Associação Transparência Brasil não foi encontrada para comentar a informação do PT, demonstrando uma atitude nada transparente.

Tucano nega que é sanguessuga

Em entrevista à revista Veja desta semana, o empresário Luiz Antônio Vedoin traz novas revelações sobre a rede de influência montada pela máfia dos sanguessugas e inclui o nome de um tucano influente, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), entre os supostos beneficiários do esquema.

Vedoin é sócio da Planam, empresa onde foi montada uma central de fraudes para desvio de dinheiro público mediante a compra de ambulâncias superfaturadas por meio de emendas de parlamentares.

Ainda segundo o empresário, Antero se entendeu com o pai dele, Darci Vedoin, e chegou a receber R$ 40 mil de propina, por intermédio do deputado Lino Rossi (PP-MT), encarregado de cooptar parlamentares para a máfia no Congresso. "Meu pai conversou pessoalmente com o senador, que era o líder da bancada do estado. O acordo era para a totalidade das emendas da bancada, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi, que, naquele tempo, era do mesmo partido que ele . Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito", disse Vedoin, segundo a Veja.

Ao Estado, Antero disse que esteve com Darci uma vez no Congresso, mas que jamais tratou desse assunto. "Nunca passou pela minha cabeça que parlamentar cobrasse propina por ambulância. Vou interpelar judicialmente o Lino Rossi para que ele diga quando, onde e de que forma me deu 40 mil".

O parlamentar acusa o governador mato-grossense Blairo Maggi (PPS), candidato à reeleição, de ser o patrocinador da acusação e disse que vai processar Vedoin.

09 agosto 2006

Zé Dirceu na web

Onde está o segundo turno?

Nesses últimos dias alguns fatos me chamaram a atenção. De uma hora para outra, surgiu um mutirão de analistas de pesquisas. Passamos a ver e a escutar análises engraçadas, em tom de profecia, que diziam : “certamente teremos um segundo turno” ou “saldo de Lula cai e aponta o segundo turno”.

O fato é que, nas últimas três pesquisas divulgadas (CNI/Ibope, CNT/Sensus e DataFolha), o candidato Lula cresceu (47%), a avaliação de seu governo melhorou, o candidato Aclkmin caiu (19,8%) e a candidata HH variou dentro dos 10% da estimulada. E o mais importante: em nenhum lugar aparece um quadro ou tendência de um possível segundo turno.

Esses novos profetas da Cabala estatística, destituídos dos seus postos pelos fatos simples e claros apontados nas pesquisas, agora vêm com novas explicações sobre voto emocional e a falta de capacidade do brasileiro de fazer suas escolhas políticas.

O fato de grande parte da população brasileira ter baixa escolaridade não a impede de fazer uma análise racional do momento e da economia do Brasil, e tomar uma decisão lógica. O segredo do candidato Lula é conhecido pela grande maioria da população brasileira: é o compromisso com os trabalhadores e com os pobres, traduzido no incremento dos programas sociais, na inclusão social, na estabilidade e no crescimento da economia brasileira.

O que setores da imprensa e certos políticos não conseguem aceitar é que os pobres, que eles tanto citam, tiveram uma melhora significativa de vida no governo Lula (só o aumento de 16,67% do salário mínimo e a tabela da correção do imposto de renda geraram um volume de recursos extras na economia da ordem de 25 bilhões). E eles têm, sim, uma lógica ao votar.

Um consenso nas escolas de ciência política internacionais, passando pela escola de Michigan, é a “ A teoria da racionalidade de baixa informação”, proposta por Popkin (The reasoning of voter – 1994), que explica bem a realidade brasileira. Popkin critica a utilização de certos dados dos surveys como base para julgar o grau de informação utilizado pelo eleitor ao votar: certamente, a maior parte dos cidadãos não conhece muitos dos fatos básicos da política, mas avaliar os eleitores pelo que eles não sabem do “livro-texto do civismo” nos impede de saber o que eles sabem, e o que eles podem fazer sem saber os fatos da política. Esse viés subestima quanta informação eles captam e processam durante a campanha e como eles usam a informação para entender os candidatos.

O que eu vejo é que o eleitor brasileiro amadureceu e está fazendo uma opção lógica pela reeleiçao de Lula, combinando aprendizado e informação de experiências passadas, da vida cotidiana, da economia, da mídia e das campanhas políticas. As pessoas estão usando atalhos que incorporam muita informação política -- e isso está traduzido nos resultados das pesquisas.

do Blog do Zé Dirceu

Justiça determina Assembléia Paulista a instalar CPI

Um absurdo: o regimento interno da Assembléia Legislativa de São Paulo estabelece que pedidos de CPI devem ser aprovados pela maioria dos deputados. UM ABSURDO: CPI é instrumento da minoria.

Utilizando-se deste artifício regimental, o PSDB impediu, desde março de 2003, que fosse instalada qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito.

Neste período, foram protocolados 69 pedidos, todos engavetados pelos tucanos e seus aliados. Vejamos alguns dos temas que deveriam ter sido objeto de investigação:

- Obra do trecho Oeste do Rodoanel: Prevista para custar R$ 339 milhões, mas consumiu mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Foram orçados R$ 338,8 milhões, preço dado pela empresa que venceu a licitação em setembro de 1998. Após os primeiros acréscimos o preço subiu para R$ 575,8 milhões, ou seja 70% a mais. A lei estabelece um limite de 25%, caso contrário o governo teria a obrigação de fazer uma nova licitação, anulando os contratos anteriores.

- Febem: Em 12 anos à frente do Estado de São Paulo, o PSDB jamais conseguiu dar uma resposta aos inúmeros problemas enfrentados pela instituição. Somente de 2000 a 2005, foram 147 rebeliões, 67 tumultos, 595 fugas, 4.107 fugitivos e 7 mortes, além de casos de torturas e estupro. Em abril de 2003, foi solicitada uma CPI para investigar diversos fatos ocorridos na administração da Febem, durante a administração do tucano Geraldo Alckmin. Em 2005, no auge da crise da Febem, o governador anunciou a construção de 41 novas unidades, que não saíram do papel.

- CDHU: A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano é alvo de dois pedidos de CPI. A primeira denúncia veio à tona em abril de 2004, quando a CDHU comprou um terreno em Americana que era de uma empresa do ex-secretário dos Transportes, Michael Paul Zeitlin. Em dezembro de 2005, uma denuncia apontava que a CDHU vendia unidades habitacionais por meio de um esquema de fraude. De 2000 a 2005, o governo do Estado deixou de investir R$ 850 milhões em habitação, quantia superior ao orçamento anual do órgão. Com isso, as metas de construção de moradias nunca foram alcançadas, o déficit habitacional chega a mais de 1 milhão. Só na capital paulista há cerca de 10 mil moradores de ruas.

- Rio Tietê: A obra de rebaixamento da Calha do Rio Tietê também é outro ralo por onde o dinheiro do povo paulista sumiu. Foram mais de R$ 1 bilhão, sem resolver o problema das enchentes e com inúmeras suspeitas de irregularidades.

Na verdade, Alckmin agiu como FHC, que também obstruiu a criação de CPIs durante seus oitos anos de governo. Na gestão de FHC, foram engavetados vários escândalos, como as denúncias de corrupção e tráfico de influência no contrato de criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). A CPI sobre o caso foi esvaziada em 2001 pelos aliados de FHC. Outra CPI engavetada na mesma época iria investigar a privatização do sistema Telebrás. Conversas telefônicas indicavam favorecimento do BNDES ao consórcio do banco Opportunity.

Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que a CPI é um instrumento da minoria e, assim, basta ter um terço de assinaturas dos parlamentares. A bancada do PT na Assembléia Legislativa defende que, prioritariamente, sejam instaladas as CPIs da CDHU, Rodoanel, do Tietê, Febem e Nossa Caixa, casos nos quais os deputados avaliam que têm mais indícios de irregularidades no governo do PSDB.

Fonte: Antivírus

Tucanagem: Insegurança em São Paulo

São Paulo voltou a ser alvo de ataques do Primeiro Comando da Capital. Novamente, o governo federal colocou-se à disposição do governo estadual, para colaborar no que fosse necessário. O governo estadual tomou este oferecimento, que em última análise constitui uma obrigação do governo federal, como pretexto para uma disputa político-eleitoral.

A postura agressiva dos tucanos e pefelistas, especialmente do secretário de Segurança do estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, é sinal de quem tem grande parte ou grande cota de responsabilidade no que está correndo. Afinal, os tucanos e pefelistas governam São Paulo há doze anos. Implementaram uma política de “segurança pública” que produziu duas catástrofes: a Febem e o PCC.

O governo federal faz certo, ao oferecer ajuda para o estado de São Paulo lidar com a situação. Assim devem ser as relações numa república federativa. Ao mesmo tempo, compete aos partidos políticos e aos candidatos debater as diferentes concepções de segurança pública. A conduta supostamente “linha dura” do secretário Saulo de Castro Abreu Filho, que não o impediu de negociar com o PCC, combinado com uma política carcerária que na prática facilitou o recrutamento de aderentes para a organização criminosa, é diretamente responsável pelo que está acontecendo em São Paulo.

CNT/Sensus confirma crescimento

A pesquisa divulgada ontem, da CNT/Sensus, mostra que:
Lula tem 47,9% das intenções de voto, contra 19,7% de Alckmin. Subiu para 28,2 pontos.

Lula ganhou votos, subindo um pouco acima da margem de erro, que é de três pontos, para mais ou para menos, e Alckmin caiu em relação a levantamento anterior do mesmo instituto.

A candidata do PSOL, Heloísa Helena, subiu de 5,4% para 9,3% das intenções de voto.

Os demais presidenciáveis pontuaram assim: Ana Maria Rangel 1,1%; Cristovam Buarque 0,6%; José Maria Eymael 0,4%; Luciano Bivar 0,2%; Rui Costa Pimenta 0,1%.

Indecisos, brancos e nulos somaram 20,9%.

Excluídos os indecisos, brancos e nulos, Lula teria 65% dos votos válidos, o que permite que seja reeleito ainda no primeiro turno com folga.

Mesmo assim, o Sensus também consultou os entrevistados quanto à hipótese de um segundo turno:
Lula teria 52,5% (acima dos 48,6% de julho) e
Geraldo Alckmin ficaria com 29,8% (uma queda de 6 pontos sobre os 35,8% apurados em julho).

Considerando apenas os votos válidos, o resultado seria de 63,8% para Lula e 36,2% para Alckmin.

A pesquisa foi realizada pelo instituto Sensus por solicitação da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Foram entrevistados 2.000 eleitores, de 1º a 4 de agosto. O número do protocolo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é 12310/2006.

Lula amplia vantagem e seria reeleito já no 1º turno

Lula: 47%
Geraldo: 24%
Heloísa: 12%
Cristovam: 1%
brancos e nulos: 7%
indecisos: 7%
José Maria Eymael (PSDC), Rui Pimenta (PCO) e Luciano Bivar (PSL) não atingiram 1%.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. Com o resultado, Lula seria reeleito já no primeiro turno.

A pesquisa ouviu os eleitores nos dias 7 e 8 de agosto. Em relação ao levantamento anterior, de 17 e 18 de julho:
Lula subiu, de 44% para 47%
Alckmin teve queda, de 28% para 24%
Heloísa Helena oscilou de 10% para 12%

O levantamento foi divulgado no “Jornal Nacional”, da TV Globo, e será publicado na edição desta quarta da “Folha de S.Paulo”.

Na simulação de segundo turno, Lula bate Alckmin por 54% a 37%, segundo a pesquisa. Na pesquisa anterior, a vantagem de Lula era de 50% a 40%.

Na simulação entre Lula e Heloísa Helena, o presidente bate a candidata do PSOL por 54% a 35%.

A pesquisa Datafolha ouviu 6.969 eleitores em 306 municípios de 25 unidades da Federação. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 12.633/2006.

Margem de erro: 2%.

Zé Dirceu está na rede. Confira seu blog

Sanguessugas: a história que precisa ser contada

A oposição e seus prepostos na mídia engajada na campanha alquimista não querem dar o braço a torcer, mas a verdade é que o auge do esquema dos sanguessugas foi em 2002, quando o candidato José Serra deixou o Ministério da Saúde para disputar a Presidência com Lula. Não se trata de disputar campeonato de corrupção com os tucanos, mas de colocar as coisas no devido lugar.

1) O ato governamental que estimulou a massificação do esquema da Planam foi a interpretação que a equipe de Pedro Malan deu à Emenda Constitucional 29 (que vincula verbas para o orçamento da Saúde, conforme o crescimento do PIB), tungando recursos que deveriam ir obrigatoriamente para o orçamento da Saúde;

2) A bancada da Saúde no Congresso brigou para ampliar a verba, mas os congressistas tiveram de concordar em destinar parte de suas emendas individuais para programas do ministério comandado por Serra;

3) Os vendedores de equipamentos na área de saúde montaram grandes estruturas de lobby no Congresso para ampliar os orçamentos dos programas que lhes interessavam, e a máfia das ambulâncias visitou grande parte dos gabinetes dos parlamentares para oferecer seu produto;

4) Não dá para dizer que todos os que apresentaram emendas para compra de ambulâncias tenham sido corrompidos, mas uma pergunta básica fica no ar para ser respondida pelos citados: qual a vantagem que um parlamentar teria em aplicar sua emenda em ambulância e não na ampliação de um ambulatório ou instalação de uma UTI infantil?;

5) A maioria dos convênios para abertura das licitações ocorreu em 2002, no ocaso do governo Fernando Henrique;

6) A maioria dos empenhos (que são as promessas de liberação dos recursos) foi registrada em 2002, no governo Fernando Henrique, quando o ministro da Saúde era o atual prefeito tucano de Piracicaba, Barjas Negri (aliás, não sei porque ninguém propôs a convocação dele para depor na CPI ou na Polícia Federal);

7) Uma centena de ambulâncias foi entregue durante a campanha de 2002 sem nenhuma garantia de liberação dos recursos por parte do governo federal;

8) O governo do PT assumiu denunciando que os tucanos tinham autorizado o pagamento de quase R$ 20 bilhões no apagar das luzes de 2002, deixando a fatura para ser paga por nós;

9) A Casa Civil teve participação no encaminhamento dos pleitos dos parlamentares apenas em 2003, quando o nível de transferências para liquidar os empenhos feitos no governo anterior foi baixíssimo, em função do contingenciamento;

10) Foi o governo do PT que desmontou esse ninho de corrupção, graças à ação da Corregedoria Geral da União, que passou a fiscalizar, efetivamente, a destinação dos recursos repassados aos municípios (esse crédito não pode ser esquecido nem menosprezado!);

11) A licitação feita pelas prefeituras é o momento-chave para que a operação arquitetada pelos sanguessugas tenha sucesso. Todas as etapas anteriores (emenda, convênio, empenho, liberação) poderiam, em tese, ter sido ultrapassadas sem a necessidade de corrupção, mas as licitações, não. Uma investigação séria deveria apurar por que os prefeitos ou funcionários de prefeituras foram coniventes com o esquema (Corrupção? Pressão de parlamentares? Coação do Ministério?);

12) Ainda que esteja colaborando com a Justiça, o corruptor não pode ser tratado como vítima. É o grande vilão da história. Pode estar falando toda a verdade, mas pode estar mentindo em alguma coisa, para poupar amigos ou desmoralizar inimigos de seus amigos;

13) A imprensa publica listas e listas de envolvidos com base em depoimentos, mas cadê as cópias dos depósitos, os extratos bancários? Isso é o que pode ser considerado prova irrefutável. No mais, são indícios ou suspeitas que precisam ser apurados com rigor, mas dando aos acusados o direito de serem considerados inocentes até que as provas digam o contrário;

14) Virou moda no Brasil publicar qualquer coisa que se diga contra o PT ou seus candidatos e dirigentes, mesmo por pessoas que não merecem credibilidade. Não há pudor jornalístico quando o alvo é o PT. Depois, quando os acusadores são processados e retiram as acusações, a notícia vira registro no pé da página, como aconteceu comigo no caso do irmão do Celso Daniel.

Mas nós vamos vencer os injustos e as injustiças.

Fonte: Blog do Zé Dirceu

04 agosto 2006

Caixa 2 Tucano de Furnas gera Operação Enguia

OPERAÇÃO ENGUIA REALIZA BUSCAS EM TRÊS CIDADES PAULISTAS

SÃO PAULO/SP - A Polícia Federal realizou dia 3, a Operação Enguia para cumprir 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Bauru e Guarujá.

As buscas estão sendo realizadas nas sedes da empresa Bauruense e nas residências de seus sócios. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro.

As buscas de hoje fazem parte da investigação que apura irregularidades na empresa Furnas Centrais Elétricas e a suposta existência de um esquema ilícito visando a arrecadação de recursos para o financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos.

A Bauruense é responsável pela maior parte dos contratos de terceirização de mão-de-obra de Furnas. A Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União já constataram nestes contratos possíveis problemas nas licitações e superfaturamento.

O objetivo das buscas é a apreensão de computadores e documentos que possam contribuir para a investigação e esclarecer a forma de desvio de recursos.

Todo material será analisado por peritos da PF e as conclusões serão anexadas ao inquérito, que corre em segredo de Justiça.Dos mandados de busca, quatro estão sendo cumpridos na capital paulista, sete na cidade de Bauru e um no município do Guarujá.

Esquema Sanguessuga começou no Governo FHC

Em discurso da tribuna, a senadora Ideli Salvati (PT-SC) pediu à mesa diretora do Senado para encaminhar à CPI dos Sanguessugas fotografias em que o ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB) aparece numa cerimônia para entrega de ambulâncias no Mato Grosso, em 2001. (Veja as fotografias aqui)

Segundo ela, trata-se de indício do nascedouro do esquema ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E motivo para a convocação de Serra, candidato favorito ao governo de São Paulo, para depor na CPI.

A existência das fotos e mesmo da cerimônia, porém, já eram de conhecimento da CPI desde o último dia 13, quando seis membros da comissão foram a Cuiabá (MT) ouvir secretamente o sócio da Planam, Darci Vedoin, que estava preso.

A eles, Darci lembrou ter entregue 56 ambulâncias para municípios mato-grossenses, junto ao então governador, Dante de Oliveira — morto mês passado —, ao ministro Serra e aos deputados da bancada do Mato Grosso. “Foi num local fechado, lá no Pantanal”, disse.

Emenda
A descrição corresponde às fotos que vinham circulando na internet. “Cinqüenta e seis unidades, todas fotografadas, com a presença do governador, com a presença do ministro, com a presença de todo mundo. Com a minha presença. Aí, nós começamos a pensar maior”, disse Darci Vedoin a membros da CPI.

Segundo o dono da Planam, o dinheiro para a compra das ambulâncias foi orçado numa emenda de bancada subscrita por todos os deputados do Mato Grosso. Alguns deles já cobraram propina da empresa, conforme o depoimento.

Naquela ocasião, o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), perguntou ao empresário se alguém do Ministério da Saúde também “já entrava” no esquema das ambulâncias. Darci respondeu: “não”.

A fraude consistia no superfaturamento dos veículos, que era viabilizado pela montagem das licitações ou por sua fragmentação, de Tomada de Preços para Convite, modalidade que não exige tanta publicidade, haja vista que os valores dos projetos eram fragmentados de forma a que sempre fossem inferior a R$ 80 mil.

Dessa forma, era possível fazer cartas-convites para a Planam e para outras empresas fantasmas, que apresentavam valores ainda mais altos do que a empresa mato-grossense. A Polícia Federal estima que a quadrilha tenha movimentado R$ 110 milhões, desde 2001.

Veja aqui os depoimentos de Vedoim: em 23.07.2006 e em 03.08.2006

Fonte: Blog Amigos do Presidente Lula

PF desencadeia a Operação Dominó

PORTO VELHO/RO - A Polícia Federal desencadeou na manhã de hoje, no estado de Rondônia, a Operação Dominó, para desarticular uma organização criminosa que agia na Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia (ALE/RO) desviando recursos públicos.

O grupo também é acusado de exercer influência indevida e promíscua sobre agentes do Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e do Poder Executivo do Estado. As investigações tiveram início em junho de 2005.

A Operação Dominó realiza hoje buscas, apreensões e prisões, e conta com a participação de 300 policiais federais do Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Acre e Rondônia. Até o momento dez prisões já foram confirmadas.

Dentre os presos estão deputados estaduais, um procurador, o desembargador presidente do TJ/RO, além de um juiz de direito e empresários.

No cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foi encontrada grande soma de dinheiro na residência de um dos deputados em notas pequenas, sugerindo compra de votos.

O filho de outro deputado foi preso em flagrante por posse ilegal de uma arma de fogo.

A Organização Criminosa
Segundo as investigações, o grupo criminoso lesou os cofres públicos em cerca de R$ 70 milhões, e tem como principal membro o próprio Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Deputado Estadual José Carlos de Oliveira, conhecido como Carlão de Oliveira, um dos presos na operação.

Integram também o grupo criminoso outros parlamentares estaduais que se beneficiaram com os recursos desviados, inclusive integrantes da Mesa Diretora da ALE/RO.

A Organização Criminosa conta com a participação de inúmeros integrantes.

Alguns deles estão diretamente ligados a deputados estaduais, outros têm posição destacada na organização devido à função que ocupavam na estrutura funcional da ALE/RO, sendo o caso de servidores das Diretorias Geral, de Recursos Humanos, Financeira e da Comissão Permanente de Licitação, já que todos os atos formais de contratação e pagamento da Assembléia passam, necessariamente, por esses setores.

As investigações apontaram inúmeros empresários de Rondônia e também de outros Estados do Brasil envolvidos com a organização criminosa.

A função dessas pessoas fica destacada e se justifica quando a ALE/RO celebra contratos apoiados em processos licitatórios viciados e fraudulentos com suas empresas. Dessa forma, recursos públicos são desviados nos pagamentos de serviços, compras e obras superfaturadas.

Em algumas situações, os objetos dos contratos sequer eram entregues ou prestados. Esses empresários dividiam com os integrantes da organização as vantagens econômicas obtidas através dessas praticas criminosas.

Há o envolvimento de dezenas de “laranjas”, que emprestam seus nomes, dados e contas bancárias para movimentar recursos e ocultar patrimônio e titularidade das empresas envolvidas no esquema. O uso desses laranjas tem o objetivo de dificultar a obtenção de provas e garantir a impunidade dos chefões do esquema.

As investigações realizadas pela Polícia Federal foram submetidas ao Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia e ao Superior Tribunal de Justiça. Os crimes inicialmente investigados foram revelados em fitas gravadas pelo Governador do Estado.

As investigações constataram que a atuação do grupo criminoso já chegava a comprometer algumas das instituições investigadas.

Uma nova frente investigativa foi então aberta, desta vez através do Superior Tribunal de Justiça, no intuito de apurar a exata participação de Desembargadores de Justiça e Conselheiros do Tribunal de Contas nas práticas criminosas dirigidas pelo grupo do deputado Carlão de Oliveira.

Mesmo com a investigação ocorrendo em paralelo no STJ, as provas obtidas demonstram que já nas primeiras decisões proferidas pela Justiça Estadual de 1ª Instância, em atendimento a ações desenvolvidas pela Policia Federal e Ministério Público, o grupo criminoso cooptou altos membros do Poder Judiciário, Ministério Publico e Tribunal de Contas Estaduais.

Histórico dos Fatos
Em 03/06/2005, a Polícia Federal iniciou investigação para apurar supostos crimes revelados por reportagens veiculadas nos dias 15, 22 e 29 de maio de 2005 na Rede Globo de Televisão, através do programa Fantástico.

Foram veiculadas gravações realizadas pelo Governador do Estado de Rondônia, Ivo Narciso Cassol, que retratavam parlamentares estaduais exigindo do Governador consideráveis somas em dinheiro para apoiar e votar projetos de interesse do Governo do Estado.

As imagens mostravam reuniões entre o Governador Ivo Cassol e Deputados Estaduais, em que ocorrem diálogos que demonstravam a prática de crimes de concussão, corrupção passiva e formação de quadrilha.

Na última reportagem veiculada, é exibida uma reunião entre o Governador e um ex-assessor da Assembléia Legislativa, que denuncia a existência de desvio de dinheiro da Assembléia, mediante a emissão de cheques para pagamento de servidores comissionados cujas assinaturas seriam falsificadas e, depois de descontados, seriam destinados a Deputados Estaduais.

Os fatos investigados apresentam pontos de conexão já que as ações têm origem sempre a partir de um mesmo grupo operando dentro da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, embora guardem independência suficiente que permite apuração em esquemas distintos.

São investigados crimes praticados no pagamento de salários dos servidores comissionados da Assembléia Legislativa de Rondônia; na contratação de empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos; por concussão praticada pelos deputados estaduais contra o Governador (escândalo das fitas); de corrupção, exploração de prestígio, advocacia administrativa, tráfico de influência e outros crimes praticados por pessoas ligadas ao grupo.

Operação Dominó
As investigações foram batizadas de “OPERAÇÃO DOMINÓ”, em alusão ao efeito desencadeado quando as peças desse jogo estão perfiladas umas próximas às outras e a primeira é tombada sobre a seguinte. Naquela época, acreditava-se que com a provável cassação ou renuncia de algum parlamentar envolvido no escândalo, todos os demais que tivessem participação no esquema seriam atingidos.