04 abril 2006

Relator de direitos humanos critica violência policial em BH

O relator nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural, Flávio Valente, disse, em nota, que os governos municipal e estadual são responsáveis pelo conflito ocorrido na manhã de hoje (03) entre os participantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e policiais militares na sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em Belo Horizonte.

Integrantes MAB afirmaram que pretendiam ocupar o prédio da (Cemig) para discutir o preço da energia, quando foram surpreendidos e reprimidos pela Polícia Militar. A manifestação fazia parte da passeata do 1º Encontro Nacional de Movimentos Sociais Mineiros em protesto contra a 47ª Reunião Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para Flávio Valente, os movimentos sociais têm o direito de se manifestar e apresentar suas reivindicações. "Quando o poder público se nega a oferecer espaços para movimentos se reunirem e abrir diálogo com eles, estas situações graves podem ocorrer". O relator considera ainda "inaceitável o uso de violência por parte do Estado contra movimentos sociais, sob qualquer alegação".

Também em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que sete manifestantes foram presos e brutalmente espancados durante e depois das prisões, e que entre eles estaria um menor de idade. De acordo com o MST, os manifestantes teriam sido levados para a Delegacia de Crimes contra o Patrimônio Público, onde continuariam presos a espera do exame de corpo de delito.

Na nota, o MST informa que 17 trabalhadores foram feridos e que três estão internados em estado grave. Segundo o movimento, os PMs teriam efetuado disparos para alto e provocado tumulto entre os manifestantes, que reagiram à violência policial.


Agência Brasil

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