Por Laerte Braga - 16 de junho de 2006
O Instituto Nacional de Criminalística entregou à Polícia Federal o resultado do exame da assinatura de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas e um dos tesoureiros das campanhas de FHC, José Serra, Eduardo Azeredo e um monte de deputados e senadores de vários partidos, principalmente PSDB, PFL e PMDB.
A briga de Roberto Jéferson com o ex-ministro José Dirceu começou numa disputa pelo lugar de Dimas Coelho. Jéferson admitiu ter recebido 75 mil reais de Dimas em uma de suas campanhas.
O PTB, uma quadrilha intermediária no rol dos partidos quadrilhas, queria o lugar de Dimas, lógico, milhões de reais à disposição para o esquema. Como não conseguiu, Roberto Jéferson botou a boca no trombone.
À época a chamada grande mídia silenciou sobre esses fatos. Não disse nada, ou disse muito pouco sobre a chamada Lista de Furnas. "VEJA" então sequer tocou no assunto senão para desqualificar a denúncia. Ou para usá-la contra o governo.
Os cartórios que reconheceram a firma de Dimas e autenticaram cópias do documento original da lista, divulgaram nota pública afirmando que não o fizeram sem que o original estivesse em mãos para tanto.
O grau de cinismo de um político corrupto como Antônio Carlos Magalhães é impressionante. O senador fala em honestidade na vida pública como se fosse o paladino da decência e da dignidade.
ACM Neto comportou-se de forma histérica na CPI que investigava o mensalão. Está na Lista de Furnas. Pegou uma grana.
José Serra levou outra grana para sua campanha. Eduardo Azeredo outra tanta grana. O deputado Arnaldo Faria de Sá, o tal que se sentiu ofendido pelo advogado do PCC (concorrente nos negócios), está lá na lista.
Robson Tuma e o principal defensor dos latifundiários no País, Abelardo Lupion. Jutahi Magalhães, que quase teve crises ao defender a honestidade na vida pública também está lá.
A quantidade de pastores e "bispos" que ludibriam a boa fé das pessoas num dos melhores "negócios" dos últimos tempos, igrejas evangélicas e que está na lista assusta. Percebe-se, com clareza, o nível de banditismo existente nos principais partidos do País e mais que isso, fica óbvio a disputa de poder, a busca da chave do cofre.
O Estado brasileiro é a mãe de todos eles. Provém a políticos num modelo falido porque podre.
Jair Bolsonaro, o torturador que levou outro torturador ao depoimento de José Genoíno recebeu cinqüenta mil reais da turma da Lista de Furnas. Alberto Goldman, o que defendeu o impedimento de Lula. Zulaiê Cobra, que investiu contra Dirceu como se fosse a campeã da moralidade. Ambos estão na lista.
E a mídia?
Nada. A não ser que o fato escape ao controle vai ficar guardado.
Não há interesse em noticiar o que contraria interesses de banqueiros, de grandes empresas, de latifundiários. São os donos, são os principais acionistas. São os que enchem as televisões de verbas publicitárias. Os jornais, as revistas.
Dimas Toledo foi para Furnas operar o esquema de dinheiro das estatais para as campanhas tucanas. Permanece no cargo, lógico, pois José Dirceu percebeu sua importância para as eleições futuras. Dimas não tem partido. Seu compromisso é com quem paga.
Já a mídia, essa esconde, escamoteia, não quer que o brasileiro saiba que de quinhentos e cinqüenta, sei lá, deputados, e mais oitenta e um senadores, sobram, no máximo, uns cinqüenta de fato comprometidos com um mandato público lato senso.
O resto é a turma das listas.
E a mídia? Essa está no bolso dos donos.
4 comentários:
Desisti da grande mídia desde a cobertura da privataria no governo do ladravaz FHC.O patrimônio público era torrado a preço de banana sob aplausos dos donos do "quarto poder".Depois do suposto "mensalão", minha indignação chegou ao limite. Não temos jornalistas, temos bandidos.Como bem traduziu seu pupilo Ricúpero, "o que é bom eles faturam, o ruim eles escondem".Canalhas! Subscrevo seu texto sobre a lista de Furnas. Parabéns!
O interesse dos banqueiros é manter LULLA no poder.
Nunca se lucrou tanto no mercado financeiro no país. Nunca vimos tantas campanhas de publicidade milionárias feitas por bancos.
Nunca, só no governo do presidente milionário. O "homem do povo", o "operário" deram lugar ao homem que pertence ao seleto grupo de milionários brasileiros. Com mais de 1 milhão de reais de patrimônio.
HAHHAHAH, vocês triam as mensagens para só ficar o que vocês querem!?!?!?
Dependendo do que vocês deixarem passar, não retornarei mais em um blog que só permite a colocação de opiniões que agradem aos autores do blog.
Senhor Anonymous,
Não achas que deveria ter pelo menos a hombridade de se identificar?
O que mais tens a dizer em defesa da mídia que defendes?
Seria sócio do grupo Abril?
Não sabes que os próprios jornalistas da Veja trabalham constrangidos?
Ou o senhor faz parte da Lista de Furnas?
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