25 junho 2006

Caixa 2 Tucano: Marcos Valério depôs na Polícia Federal

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento dia 14.06.2006 na Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte no processo que investiga o suposto caixa dois na campanha eleitoral de 1998 do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

O empresário prestou depoimento ao delegado Luiz Flávio Zampronha, da PF de Brasília. O depoimento começou por volta das 15h e prosseguiu até o início da noite. Pouco depois, o delegado Zampronha pediu ao repórter que aguardasse no saguão do prédio da PF.

Ele confirmou que o depoimento era sobre o suposto caixa dois de Azeredo, mas que não daria nenhuma outra informação. O processo corre sob segredo de Justiça.

De acordo com a assessoria do empresário, ele foi ouvido durante toda a tarde pelo delegado Zampronha, que veio de Brasília para ouvi-lo no inquérito que apura o suposto caixa dois do PSDB nas eleições de 1998, em Minas Gerais.

Zampronha não quis falar com a imprensa. Apenas confirmou que o depoimento referia-se ao inquérito de 1998. Valério deixou a superintendência da PF pouco antes das 20 horas, acompanhado do advogado Marcelo Leonardo. Ele e o advogado também se negaram a dar entrevistas. "Não é nada pessoal", disse o empresário, com semblante tenso.

Caixa 2 tucano
O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, devolveu na semana passada o inquérito sobre o
caixa dois tucano à PF com pedido de novas diligências.

Além do empresário, outras 80 pessoas, entre eles muitos políticos, devem ser chamados para depor no inquérito. Entre elas, estão o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que era governador na época e candidato à reeleição. Cláudio Mourão, ex-secretário do então governador tucano, que foi o tesoureiro da campanha de Azeredo, também deverá ser ouvido pela Polícia Federal.

Anteriormente, Valério admitiu ter sido o operador do empréstimo com valor original de R$ 8,35 milhões ao Banco Rural, feito pela DNA Propaganda no mesmo no. Segundo o empresário, os recursos foram captados a pedido do então tesoureiro Cláudio Mourão “que tinha procuração de Azeredo” e usados para o financiamento paralelo da campanha.

O montante, segundo Valério, foi repassado, via SMPB Comunicação, a políticos da coligação que apoiava o então governador de Minas na sua tentativa frustrada de conquistar mais um mandato. Naquela eleição, Azeredo foi derrotado, no segundo turno, por Itamar Franco (PMDB).

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